Letramento, gênero textual e ensino da língua materna
vamos colocar essa discussão no ‘cartaz’?
DOI:
https://doi.org/10.24119/16760867ed115261Palavras-chave:
Ensino de Língua Portuguesa. Letramento. Gêneros textuais. Cartaz.Resumo
O ensino de Língua Portuguesa no Brasil ainda é marcado por traços do tradicionalismo e da hierarquia verticalizada entre quem ensina: o professor; e quem aprende: o aluno, imperando desta forma, o caráter normativo e a obscuridade no processo de ensino e aprendizagem, não oferecendo clareza ou possibilidades para que o aluno aprenda de modo a responder, com eficiência, as demandas sociais de domínio e expressão da língua em situações de interação social, o letramento. Neste sentido, este estudo objetiva analisar a utilização do gênero textual cartaz no ensino de língua materna como forma de dinamizar o processo de ensino e aprendizagem, promovendo assim, o letramento social do cidadão. Metodologicamente, consiste de uma revisão bibliográfica de literatura de caráter qualitativo na análise dos dados, os quais se constituem de um corpus de 5 cartazes, sobre os quais serão tecidas as possíveis interpretações, com base nas leituras de Bakhtin (2011), Bazerman (2007; 2011), Coscarelli (2007), Dolz; Schneuwly (2004), Kleiman (2001; 2005), Marcuschi (2010), Soares (2011), Street (2003a; 2003b; 2014), e outros, bem como os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa (BRASIL, 1998). Considera-se que os gêneros textuais se constroem pela interação social entre os indivíduos e que através de suas formas “mais flexíveis, plásticas e criativas” (BAKHTIN, 2011, p. 282), do que outras formas da língua, funcionam como eixos norteadores da aprendizagem escolar, possibilitando também o letramento social do cidadão. Deste modo, a utilização de cartazes no ensino da língua apresenta-se como uma proposta de mobilizar os conhecimentos de mundo, os saberes vivenciais orais e escritos que compõem o repertório linguístico do aluno, levando-o a assumir uma posição crítica e desencadeadora de mudança no meio social em que vive, assumindo-se, portanto, como sujeito letrado, em sentido escolarizado e ideológico, pela forma como ler criticamente o mundo.
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